Sexta, 15 de Agosto de 2025

CUFA Lança Instituto de Pesquisas Inédito com Foco em Favelas e População em Conflito com a Lei

Nova iniciativa da CUFA visa transformar dados sobre favelas em ações concretas, com estudo inédito sobre pessoas em conflito com a lei.

13/08/2025 às 23:27
Por: Redação

A Central Única das Favelas (CUFA) e a Favela Holding lançaram o Instituto Central, uma rede cooperativa de pesquisadores focada em produzir dados e análises sobre as favelas brasileiras. O lançamento ocorreu na sede da CUFA no Complexo da Penha, Rio de Janeiro.

Cléo Santana, diretora do projeto, enfatiza a importância de moradores de favelas serem sujeitos ativos na produção científica: “O Instituto Central nasce de uma necessidade urgente: transformar o território em dado, e o dado, em transformação real. Queremos que as pessoas das favelas não sejam apenas objetos de pesquisa, mas sujeitos da produção científica, sócios do conhecimento e cocriadores de soluções”.

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A primeira pesquisa do instituto será um estudo inédito com mais de 10 mil pessoas em conflito com a lei em 24 estados. O estudo abordará temas como família, formação, hábitos, cotidiano, consumo, sonhos e perspectivas de futuro, sem focar em criminalidade ou violência.

Rio de Janeiro (RJ), 13/08/2025 - CUFA Instituto Data Favela. Lucas Costa/Divulgação
Lançamento do Instituto Central na Cufa, no Rio de Janeiro Lucas Costa/Divulgação

Geraldo Tadeu, coordenador técnico do projeto, relembra pesquisa anterior com Celso Athaíde em 2007, que ouviu moradores de 101 favelas do Rio de Janeiro por telefone, destacando o ineditismo da iniciativa.

O objetivo é obter uma amostra de 400 pessoas por estado, garantindo representatividade estatística em cada unidade federativa.

Marcus Vinícius Athaíde, gestor do Instituto, ressalta a importância de analisar as favelas sob a perspectiva de mercado, integrando o Instituto Central ao Favela Holding, um grupo de empresas que atuam em diversos segmentos dentro das favelas.

Os gestores enfatizaram que o estudo busca compreender a realidade das pessoas que entram para o crime, promovendo uma escuta humanizada sobre família, consumo, lazer, religião, escolhas, sonhos e cotidiano, sem apologia ou julgamentos.

Celso Athaíde destaca a importância de entrar nos territórios sem preconceitos e aberto à escuta, reconhecendo a dura realidade enfrentada pelas crianças nas favelas.

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